Posts Tagged ‘criatividade

02
Maio
11

In every light

Nesta ausência momentânea aqui no blogue estive activo noutras frentes, uma das quais a remodelação do fotoblogue agora para albergar não só as minhas fotos mas também alguns artigos sobre técnica e para o facto foi criada uma rubrica própria para o efeito. Aproveitei para o alojar num domínio próprio (www.ineverylight.com) e assim personalizar ainda mais esse blogue, o tema é do WordPress e aguardo um tema premium para fotoblogues mas gosto bastante do actual. O link na barra lateral aqui mesmo ao lado foi actualizado e sempre que se justificar irei efectuar ligações directas para lá.
A opção de mover o trabalho pessoal para outro local online vem pura e simplesmente no seguimento do trabalho de divulgação e curadoria online que venho mantendo aqui neste blogue e prefiro separar as águas de molde a não surgirem questões sobre o que é o quê.

Noutra nota pessoal acrescento as minhas últimas experiências com equipamento low-fi, nomeadamente com máquinas Polaroid e Fujifilm instantâneas. Para verem no fotoblogue caso desperte a vossa curiosidade.

Fico a aguardar a vossa visita.

07
Out
10

O mundo naquele verão

© mário venda nova

Adeus – disse a raposa. – Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…

O Principezinho, Saint-Exupéry

O verão chegou ao fim, quente de incêndios devastadores, a canícula apertou e Portugal foi a banhos. A crise continuou na ordem do dia e foi tema para tv, jornais e conversas de café, no entanto as viagens para paragens mais tropicais esgotaram, paradigmas de um país meio-perdido à procura de uma saída…

Mas entretanto o outono regressa devagar e o tempo de tirar a máquina fotográfica da gaveta e de recomeçar a fotografar chegou.
Ao contrário do habitual este verão fotografei bastante mas com um twist: fiz quase tudo em filme; a preto&branco, a cores, com máquinas profissionais e com máquinas de plástico, tudo serviu para fotografar. Este uso de equipamento diverso tem como resultado imagens com estéticas muito diferentes, uma fotografia saída de uma Lomo Holga não é igual a um outra saída de uma Nikon D200 ou de uma Canon 5D mas a grande força desta abordagem está precisamente aí. Tal como a técnica mixed media (wiki) em pintura o objectivo é o de utilizar técnicas diferentes com a diferença de que na pintura as diferentes técnicas são usadas na mesma obra e aqui são usadas ao longo de um projecto.
Gosto da rugosidade do filme e das suas pequenas imperfeições ao contrário da perfeição analítica do digital mas isto não quer dizer que não gosto de usar uma boa máquina digital, hoje uma boa máquina profissional em bom estado (Nikon F4, F5, Canon EOS 1v, 1n) usada no eBay e um scanner novo custam menos ou o mesmo que uma máquina digital média nova e o resultado final é completamente diferente. Tem também crescido o meu apreço por máquinas lo-fi e cá em casa andam três: uma Lomo Holga, uma Konex MF-505 e uma Chinon Auto GL-AF, estas duas últimas foram ofertas recentes.

Já aqui disse e volto a afirmar: a fotografia de natureza precisa de se reinventar. Olhando para o que é hoje a fotografia de natureza vemos, com mais ou menos regularidade, duas ou três premissas: rigor técnico, alta resolução e estagnação criativa; esta é, como é natural, a minha opinião, estejam à vontade para discordar. Para mim é talvez mais importante reinventar a minha fotografia de natureza para a tornar mais pessoal e reveladora daquilo que na realidade pretendo transmitir. Não consigo escapar a uma certa formação, ou se quiserem formatação, visual que advém do meu trabalho de artes plásticas onde existia essa rugosidade que tanto gosto nos suportes em filme, cada tela era trabalhada em layers, em camadas sucessivas que sugeriam mais do que mostravam. Eram telas enormes – mínimo 90×90 – pintadas a acrílico, camada sobre camada sem recorrer ao pincel, a tinta era atirada, esfregada, raspada, escorrida, lavada e pintada, sendo que muitas tinham textos escritos a pastel de óleo e quase todas continham colagens. É precisamente esse espírito DIY que quero passar às minhas fotos, aos meus projectos. E para isso gosto de ferramentas lo-fi para trabalharem ao lado das mais recentes tecnologias digitais. Uma espécie de Do It Yourself de ferramentas básicas e baratas, cujo destino seria o lixo ou o fundo de uma gaveta; um conto de fantasia onde o cavaleiro corre não para salvar a donzela mas para resgatar a máquina compacta de dez dólares do contentor do lixo. Um mundo de sonho onde será possível gostar de uma boa fotografia feita com o coração e uma máquina de trinta euros e ao mesmo tempo apreciar uma outra feita com uma máquina de milhares de euros.

É preciso não perder a capacidade de sonhar. E já agora não perder a capacidade de ver com o coração como o Principezinho…

© mário venda nova

30
Abr
10

O caminho mais seguro

Qual será a forma mais segura de produzir fotografia? Será abordar um tema contemporâneo ou um tema clássico? Fazer uma fotografia mais ilustrativa e representativa ou trabalhar de forma mais pós-moderna? Será mais fácil agradar à crítica especializada ou ao público? O que significam em termos de carreira cada uma destas escolhas?

Ficam as perguntas, aguardo as vossas respostas.

16
Abr
10

Notas sobre criatividade

São pequenas leituras que encontrei esta semana e cujo interesse me parece ser relevante, até para uma reflexão no fim de semana. São ao mesmo tempo inteligentes e cujo alcance não se esgota apenas na criatividade, aqui ficam para ler.

Expose yourself…
Seth Godin escreve pequenas peças cuja leitura não deixa de nos fazer reflectir sobre a forma como enfretamos os desafios criativos mas sobretudo a forma como apresentamos o nosso trabalho. Este artigo é tão somente a extensão do nosso ditado ‘diz-me com quem andas, direi-te quem és’; é algo tão simples que nos escapa todos os dias mas que tem uma influência no que fazemos e que sublinha a importância de nos rodearmos de pessoas criativas, genias e interessantes se o queremos ser também.
(via A barriga de um arquitecto)

Life without the web
O autor de banda desenhada James Sturm (de quem possuo um giclée adquirido na Mundo Fantasma, onde aliás encontrei este link) vai-se desligar da rede global durante um período de tempo ‘alargado’ (quatro meses para ser mais exacto) e relatar a experiência em tiras de comics para a Slate. Nas suas palavras:

About a month ago, I started seriously thinking about going offline for an extended period of time. I weighed the pros and cons, and the pros came out on top. Yes, I want to be more present when I am around my kids and not be constantly jonesing to check my e-mail. But I also need to carve out some space for myself to make new work.

A ironia de publicar online um trabalho sobre estar offline é a suprema ironia… (e que em abono da verdade não escapa ao próprio autor).

Cursos online de fotografia da Nature Photographers
A distância deixou de ser um entrave para quem quer aprender fotografia de natureza com alguns dos fotógrafos de topo, agora está literalmente à distância de um clique. E de um cartão de crédito.
A receita é simples: precisa de algum tempo (embora o possa gerir de forma pessoal), um cartão de crédito, uma máquina fotográfica e vontade indomável de aprender, sobretudo esta última. Suponho que o facto de estar longe e poder desligar o ‘fio’ caso se desinteresse seja um factor para alguns que inevitavelmente irão ficar pelo caminho. Mas para o fotógrafo amador com disciplina e vontade de aprender esta pode muito bem ser uma oportunidade única. Por um certo preço, claro. Mas como em tudo não há almoços grátis. E o pormenor de serem cursos de teória + prática, com feedback permanente dos professores e restantes alunos é para mim um factor que justifica bem os 295USD que custam. E lá voltamos ao Seth Godin do início deste artigo…

01
Abr
09

Ainda sobre criar um estilo próprio

No artigo do Michael Gordon que citei ontem na minha entrada ‘criar um estilo próprio (+)…‘ ainda existe mais uma passagem que achei brutalmente franca e que é uma chamada à realidade: todos nós fazemos fotografias que pura e simplesmente são, por uma razão ou por outra, um fracasso e que são ‘degraus’ (cito aqui o autor) para atingir as boas fotografias. Não resisto à citação:

John Sexton once said that the most valuable tool in his darkroom is the trash can. You need to and should love your own photo-graphs more than anyone, but don’t let that love prevent you from using the circular file or DELETE key. Ruthless editing is essential to your growth as a photographic artist, so don’t be afraid to let go of the not-quite-there images. We all make them; consider them stepping stones or practice images for your best ones. You need to be the harshest critic of your own work, and your photographic growth cannot happen without your sincere criticism. Reject any photograph that you cannot honestly call your own.

31
Mar
09

criar um estilo próprio (+)…

Thinking in themes
William Neil ensina a importância de trabalhar por temas e fotografar os temas que nos atraem mas sobretudo como organizar projectos em torno desses temas.

Learning to see – confessions of a copycat photographer
Este artigo fala de vários aspectos de fotografar o que já é sobejamente conhecido e mesmo assim conseguir algo único e diferente de tudo o resto que já foi fotografado nesse local.
Lon Overacker explica no mesmo artigo que a familariedade traz a criatividade ou seja o conhecimento de um local pode reforçar a criatividade e ‘obrigar-nos’ a superar o que já fizemos nesse local. Acredito a 100% nesta pequena ideia.

Toward a personal style
Deste conjunto dos três ensaios este é claramente o meu favorito. Bem escrito e com um discurso positivo, Michael Gordon explica em meia dúzia de ideias bem estruturadas o que é conseguir um estilo próprio e dá dois conselhos que considero importantes: editar sem piedade os projectos e ser paciente.

Remember, photographic style is a subconscious evolutionary process and is the byproduct of experience and intensive image making. Forcing any step of this process might very well doom it to failure. Don’t worry about whether you have a unique style, and don’t agonize over how to develop one. Enjoy the process of making photographs and let things flow naturally. The Masters of Photography didn’t become Masters by forcing their style, nor did they become Masters overnight. Discover your self, focus on your subjects and your intent, and your unique style will naturally find its way to the surface of your photographs.

08
Jan
09

Como ser o melhor fotógrafo do mundo.

Publiquei este pequeno ensaio na revista Fotodigital, entretanto decidi torná-lo ainda melhor (como será possível melhorar um obra prima?) e adicionei-lhe fotografias minhas a título de ilustração e ainda lhe acrescentei mais algumas alíneas. Como podem imaginar é uma obra a não perder…
Melhor ainda, podem descarregar o pdf gratuitamente (YouSendIt) durante sete dias ou até 100 descargas. Após esse período posso, a pedido do(s) interessado(s), enviar via email o referido ensaio, novamente através do YouSendIt.

Como ser o melhor fotógrafo do mundo…

“Um Picasso vai sempre parecer pintado por Picasso. Hemingway soa sempre a Hemingway. Uma sinfonia de Beethoven soa sempre como uma sinfonia de Beethoven. Parte de ser um mestre é aprender a ‘cantar’ numa voz que seja apenas a sua.”

Hugh Macleod.

Hugh Macleod é o autor do ‘Gaping Void’ um blogue onde publicou à tempos um artigo chamado ‘como ser criativo’. Macleod sabe do que fala: inventou o cartoon em formato cartão de visita e está neste momento a preparar um livro baseado no artigo que refiro. No entanto Macleod escreveu o artigo – muito interessante aliás – a pensar no geral e eis que eu decidi partir para o particular, a fotografia, e enumerar uma dúzia de tópicos para o ajudar a ser o melhor fotógrafo do mundo: você.

1) Imite. Veja as melhores fotografias dos seus mestres – suponho que tenha alguns – e imite-os. Este conceito interessante vem das escolas de belas-artes onde os alunos aprendem a pintar copiando o trabalho dos mestres. Melhor, faça como um grupo de fotógrafos americanos que munidos de dados astronómicos e geográficos tentaram imitar o Ansel Adams até ao pormenor de onde o tripé foi colocado. Lembra-se de algum deles, ouviu falar deles? Não? Nem eu.
Esqueça esta regra, não funciona. Seja mau, seja bom, seja você mesmo.

2) Aprenda. Aprenda onde estão os botões todos da sua máquina e para que servem, aprenda a dominar a focagem, o tripé e as suas objectivas. Aprenda a fazer asneira, aprenda a falhar a fotografia que era para a capa da FotoDigital. Aprenda com os seus erros. Mas para isso cometa erros e quanto maiores melhor.

3) Compre o seu material. Esqueça o conselho dos profissionais, a sério. A lente que o seu fotógrafo favorito comprou é de certeza boa e fiável, aqui a questão é: precisa da lente, para quê e porquê. A sua criatividade só é limitada pela sua imaginação, use-a. Assim compre o material que lhe ajude a soltar a sua visão pessoal, não compre só porque é bom ou porque anda na mochila do seu fotógrafo favorito.

4) Leia. Muito. Mas comece sempre pelo manual da sua máquina, assim escusa de ficar eternamente na alínea dois…
Depois de ler o manual, leia ensaios, são chatos mas pelo menos não lhe querem enfiar uma noção de ‘visão pessoal’ que não lhe serve para nada. Leia os mestres e inspire-se. Mas não copie. Leia revistas, blogues, etc.
Apreenda tudo mas depois esqueça tudo, o que for realmente importante ficará à sua disposição na sua memória.

5) Vá a workshops. São locais óptimos para trocar ideias. Mas prepare-se: ninguém lhe vai dizer qual é a sua visão pessoal. Nem qual o caminho que deve seguir. Troque ideias com todos, sobretudo com o instrutor. Mas não repare em tudo o que ele fotografa com um sentimento de adoração, seja crítico, assuma o que faria de diferente e prepare-se para defender a sua posição. Seja curioso mas ao mesmo tempo não perca a ingenuidade de criança. Lembra-se de questionar sempre porquê?… Por outro lado rapidamente vai ser ‘corrido’ de todos os workshops com esta atitude. Questione sempre tudo. Principalmente questione-se a si mesmo.

6) Quer ser fotógrafo? Arranje um emprego, o que quiser, desde que não seja fotógrafo. Ganha dinheiro, sustenta a família, sustenta o cão e ainda faz umas massas para fotografar, brilhante não é? E melhor, pode ser você mesmo sem aturar os editores de fotografia nem os clientes a dizerem como querem as fotografias. Se não gostarem, paciência, é o seu trabalho e escolheram-no exactamente por isso.
Um pormenor importante: trabalhe como um profissional e comporte-se como tal.

7) Seja diferente, seja você. Especialize-se em algo muito seu. Fotografe só pétalas, fotografe só relva, fotografe o que quiser. Mas faça-o de forma a que seja reconhecido como seu.
Afaste-se do caminho já batido por todos os fotógrafos que conhece, escolha sítios pouco turísticos e com poucos turistas, se vir muitos autocarros parados e cestas de piquenique, fuja de imediato: está no local errado! Conheça os locais onde fotografa, os costumes da população, fale e recolha informações. Só o conhecimento profundo do local onde trabalha lhe pode trazer frutos, boas fotografias entenda-se. Imagine o seguinte: trabalha num banco e não sabe onde fica o cofre, consegue trabalhar? Claro que não…

8) Esqueça o bom e o mau. Se é confuso e o seu propósito é que seja confuso, porque é que é mau? As regras são fantásticas, indicam-nos o caminho correcto. O problema é que não há um caminho correcto, só há o seu caminho. Esqueça os conceitos fantásticos da pintura do século XIX e introduza os seus conceitos. Se é para ser confuso, se é para ser desfocado, se é para ser estático, faça-o. Se correr mal é o único culpado. Se correr bem, será considerado um visionário. A arte é tão subjectiva que muitas vezes o mau de uns é o excelente de outros. Van Gogh não vendeu um único quadro em vida e era mesmo considerado muito mau na época, hoje é o que sabe. Se mudasse de rumo e se dedicasse a pintar umas paisagens como os outros teria tido mais sucesso mas nunca teria chegado até aos nossos dias.

9) Assuma as suas posições. Não há nada pior do que dizer: mas o fotógrafo A tem um trabalho igual ao meu mas vende e faz capas e tal. Mas você não é o fotógrafo A e por isso não vende, não vende porque aprendeu a apenas a retransmitir o que vê e isso nota-se. Isto não é um concurso de popularidade, é a sua visão pessoal e isso não se pede emprestado, assume-se. Prepare-se para não ceder e para não vender mas se seguiu o conselho da alínea seis o seu problema não é dinheiro.

10) Arranje alguém que critique o seu trabalho. Melhor ainda, arranje alguém que arrase o seu trabalho. Exija honestidade e não trace limites para a crítica – tipo: ‘diz-me só o que achas das cores’ – e prepare-se para ser completamente arrasado. Ganha de duas formas:
a) descobre o que está mal;
b) ganha couraça para enfrentar as críticas.
Mas lembre-se desta regra de ouro: nunca, mas nunca, deve pedir que a crítica seja feita por um outro fotógrafo. Deus nos livre se o trabalho for mau vai ser achincalhado, se for bom não lhe vão dar o mérito que merece porque é um facto que o ser humano é invejoso. Procure alguém ligado à arte mas nunca à fotografia.
Outra regra de ouro: não desista. Por muito más que sejam as críticas. Se o diverte faça-o. Siga o seu caminho, não mude só porque lhe disseram para mudar mas se reconhecer que está errado aproveite as críticas para melhorar alguns detalhes.

11) Tenha uma experiência num sítio de partilha. Se quer saber do que se fala tanto inscreva-se no flickr/onexposure/vazaar/etc. mas prepare-se para ser hipnotizado, arrastado lá para dentro e achar tudo aquilo como uma experiência quase religiosa. No entanto mais tarde ou mais cedo vai perceber sobre o que se passa realmente lá e não tem nada a ver com fotografia. Entenda esta experiência como um spa para a mente, uma massagem para o ego. Mas os riscos de efeitos secundários aumentam com o tempo de exposição, a dosear com cuidado e moderação pois claro. O efeito secundário mais conhecido é a ilusão, a ilusão de ser um bom fotógrafo – e atenção que o pode ser – e de estar na crista da onda. A ilusão aumenta com o número de comentários inócuos e com o número de visitas, portanto corre o risco de ficar alienado e não ver o que de facto está à sua frente: todas as religiões têm o seu inferno. Prepare-se para o facto.

12) Saia mais, fotografe menos. De que lhe serve chegar a casa com 1.000 fotografias ao final de um dia de trabalho? A quantidade não está directamente relacionada com a qualidade, repare que mais fotografias só significam mais trabalho a seleccionar, editar e a arquivar todas essas imagens. E menos espaço nos discos rígidos. Seleccione mais, corra menos e não tente atingir a fama com excesso de zelo, Ansel Adams não ficou famoso por fotografar muito, ficou famoso porque saía muitas vezes para o campo, sabia minimamente o que ia encontrar (olá alínea sete…) e por vezes regressava a casa sem ter feito uma única fotografia. E esse argumento de que agora é grátis porque não tem filme para revelar, blá blá blá, é conversa mole para publicitários e donas de casa; antes de tentar estourar com o obturador da sua máquina digital – que diga-se dura cerca de 150.000 disparos em média numa boa reflex- aperfeiçoe as técnicas de composição. Antes pouco e bom do que muito e mau. Agora para aumentar as probabilidades de fazer umas boas fotografias seria interessante fotografar mais, logo saia mais.

13) inspire-se. Ouça música, veja filmes, leia um livro ou cozinhe. Mas não conte com os seus pares para se inspirar, o melhor que vai conseguir é que lhe tentem impingir – inconscientemente, claro – uma visão sobre a fotografia que deve fazer e isso não o leva a lado nenhum.
Arranje um fotógrafo favorito e siga a sua carreira, tudo o que que faz e como faz. Aprenda como faz uso das lentes que tem e porque as tem, aprenda como faz uso da luz e depois olhe para o seu próprio trabalho da mesma forma, vai descobrir coisas muito interessantes, sobretudo depois de ter ignorado a alínea três, ter torrado umas centenas largas numa qualquer lente e depois descobrir que em três anos apenas fez dez fotografias com ela…
Viva a sua vida e aproveite-a, repare que só tem esta.

14) Não leia ensaios que lhe dizem o que deve fazer, este incluído…

Sobre o autor:
Mário Venda Nova é fotógrafo, vive e trabalha no Porto, escreve na revista portuguesa Fotodigital e durante as horas de expediente é empregado bancário.




mário venda nova

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"eu não quero saber se sou o primeiro a dar a notícia, só me preocupo em ter a informação correcta e fazê-lo bem. Essa é uma pressão diária."

larry king

trabalhos pessoais


mariovendanova.com
[este é o meu sítio pessoal onde estão os meus projectos já consolidados e acabados]

in every kind of light
[aqui estão os rascunhos dos meus projectos correntes e inacabados]

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todas as fotografias pertencem aos respectivos autores assinalados e são publicadas apenas no estrito interesse do comentário e crítica sobre fotografia.

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