É bem capaz de ser um dos segredos mais bem guardados do PNPG, toda esta zona que vai da barragem da Caniçada até Pitões das Júnias. Uma natureza ainda bem preservada mas que neste outono quente sofreu bastante com os fogos; o planalto da Mourela tem fauna e flora para satisfazer os mais aventureiros que gostam de caminhar e fotografar.
Logo após chegar ao parque de estacionamento, junto ao cemitério, há que visitar o mosteiro de Pitões das Júnias e as suas ruínas.
O mosteiro e a área envolvente são espectaculares e a paisagem não lhes fica atrás. O caminho desde o parque de estacionamento até ao mosteiro faz-se com relativa facilidade, embora seja uma descida/subida íngreme, mas a sua curta distância permite fazê-lo sem problemas de maior. Existe um outro caminho pelo outro lado, devidamente assinalado mas não me parece que seja muito diferente em termos de dificuldade, é mais uma hipótese. Ao lado do mosteiro corre um pequeno ribeiro que mais à frente se vai despenhar numa cascata imponente.
É aqui que o caminho para a cascata e para o mosterio bifurca, para a direita e por um caminho que parece à primeira vista tão fácil como o para o mosteiro segue-se para a cascata. O caminho é no princípio, fácil de percorrer mas passados algumas dezenas de metros começa o verdadeiro trekking: íngreme e interminável. A descida faz-se por um caminho de pedra solta e exigente, bom calçado é importante, e faz-se muito melhor quanto menor o calor; atinge-se depois uma zona de passadiços de madeira que por terem muitos degraus e pouco espaçados não é muito melhor do que o caminho anterior. E isto é a descida…
Mas quando chegamos ao fim, a vista vale todo o esforço. A cascata tem uma altura imponente e depois das chuvas de inverno está na sua força máxima, e esta é a vista do pequeno estrado onde termina o caminho, e mesmo sem uma boa máquina (lembrem-se que isto é um bloco de notas, uma moleskine electrónica se quiserem) vê-se que a cascata é dislumbrante. Neste dia (aliás como sempre que vou tirar apontamentos) levei os binóculos e pude ver com algum alcance a cascata. Mas para fotografar e dado o tipo de caminho, aconselho que viagem leves por isso um tripé, máquina e um bom zoom 70-200/2.8 são suficientes para trazer para casa boas fotografias. Acrescente-se a isto um cabo disparador, um filtro ND, água e algumas barras energéticas.
Se viajarem num grupo grande podem sempre pedir a alguém que vos transporte uma objectiva tipo 300/2.8 ou então levem um tele-conversor 1.4x, dá sempre jeito dado que a cascata ainda fica distante do parapeito. Atenção ao final do trilho, nas zonas abertas e sem parapeito, porque os penhascos estão cobertos por vegetação densa e a altura parece pequena mas na realidade é enorme.
Bom passeio e boas fotografias. E agora é altura de subir e fazer o caminho inverso, haja fôlego e pernas para aguentar a subida. Existe um pequeno ribeiro logo que termina a subida dos passadiços de madeira onde se podem refrescar.